Aquele lugar, naquela cama, no outro quarto, no mesmo quadro, na mesma história, continuaria a suspirar por se encontrar vazio de razões, que o levasse a ocupá-lo de sentidos, esse mesmo espaço, no fundo já de medo, de ali, já prostrado, se encontrar quem nunca mais se quis ver.
Uma tela pintada pela vida, mas rubricada por quem passava por ela, e a olhava com o desprezo de em mais uma fábula se rever, na hipotética vontade de se misturar nas mesmas cores, que julgou expulsarem-no um dia, com a verdade do seu juizo sápido.
Nada de vil, se não mais umas palavras robotizadas pela sede de uma esperança que se vai desvanecendo nas nuvens que se precipitam num abismo constante, de pensamentos infames, mas nem por isso verdadeiros. Os dias acabariam por ser somas congestionadas pelas suas próprias angústias, por dialectos imperceptíveis de quem espera nunca mais voltar ao ponto em que tudo começou um dia.
A revolta inicia, onde termina a sensiblidade de um raciocínio que perante uma submissão atroz, se envolve na obscuridade dos mesmos passos, que um dia o fizeram ser tão diferente do resto de um mundo que o atacava num plágio constante das suas ideias e dos seus sentimentos.
Nada disto se tornaria claro em momento algum, percebendo que não haveria quem lhe escrevesse a mesma história, a sua, talvez aquela que um dia sonhou pintar numa qualquer tela a quatro mãos e sem regras.
Acaba por desaparecer numa noite em que a lua foi cúmplice de um adeus sem demora e sem retorno, há quem diga que foi para longe, outros tantos afirmam que ficou mais perto...
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