terça-feira, agosto 21, 2007

Dez minutos...

Por ora sem preenchimento obrigatório de possíveis razões a leste de um paraíso por nós inventado, por nós desprezado quanto nos é possível pensar que o possamos fazer sem mágoa.
Por nos lembrarmos que existimos para além do que nos permitem falar, guardamo-nos de razões nossas de um mundo que nos agride pela constante recusa do que se julga ser tão real, como a sede que nos desassossega a alma, de palavras escritas num mundo perdido.
A nudez que tanto nos deprimiu um dia, é agora a interrogação de uma entrega, que em forma de exclamação nos permite ser mais e melhor do que outrora ousamos poder pensar ser.
Foram dez minutos de uma fuga sem tempo, de azares corrompidos por um sliêncio de calma de gestos tão bonitos quanto singelos eram os minutos em forma de uma pressa que só nós compreendíamos e carregávamos aos nossos ombros, e não nos custava, senão ouvir.
É o abraço, é o afagar de um toque em lábios já secos pelo vento frio que nos corta as palavras e nos faz sentir mais próximos de nós mesmos, sem estar.
É um calor doce de um tempo quente, sem réstia de um princípio e sem pressa do seu próprio fim.