terça-feira, dezembro 23, 2008

por...

... por não querer viajar, por ter querido viajar contigo e me ter perdido.
Por me encontrar e não me querer devolver, por apenas não te amar, mas ter-te sentido.
Não existes, não como uma viagem, mas como um caminho. Sempre quis ser livre e sempre te quis libertar de ti. Não te amo, porque nunca te quis amar de verdade, porque não existes hoje, e porque insistes em viver em mim.

sábado, dezembro 20, 2008

sentes...

... tens a culpa desenhada no teu corpo e não deixas que te toquem por te quereres sentir delustrada...
Quando desces essa rua no sentido contrário a uma tua vontade, negas um prazer que te levou a fugir de tudo e a deixar-te tão somente só.
Sem que entendas um teu regresso, fica a inércia de um tempo que não te libertou de um sossego e que apenas te fez ficar e não mais voltar a seres tu.
Já não estou cá ...

terça-feira, dezembro 16, 2008

analógico...

... ontem encontrei-te a meio de uma frase e resolvi escrever em versos, todo o teu pecado, desprender-me de uma prosa que me parece odiar em cada parágrafo que desprezo, numa amoralidade bem vinda, num miserabilismo sentido contra tudo aquilo que entendes por ser um preceito comum.
Aprende a deixar o tempo arrastar-se nos ponteiros desse relógio, que parece não saber o que é parar...

quinta-feira, dezembro 11, 2008

divã...

... o cinzeiro abandonado no canto dessa mesa despida de si, parece ser a demanda de um travo amargo de um malte já degustado pelas sóbrias tentações de uma conversa que termina num ébrio minuto de silêncio.
... desses copos tombados, desfilam verbos que se repetem, apenas eternizados por uma iminente loucura que se foi arrastando lentamente no tempo.
... e eis que o segredo acaba por adormecer nos seus braços.

terça-feira, dezembro 09, 2008

em segredo ...

... dois corpos vazios de palavras, que se desnudam com a pressa de um erro, por entre uma dislexia galopante, quase selvagem, onde lentamente vão desenhando todo esse desejo inconstante que desfalece, já longe de uma luz que os parece julgar em cada movimento perpétuo de um prazer que não cessa.
Adormecem numa noite em que o céu se escondia do mundo ...

frio ...

Sempre te quis só.
Desta minha liberdade roubada ao medo, não me reconheço diante de ti.
Se foi esta, a voz grave que ditou ao silêncio o encerrar de uma vida cheia de nós, julgo que este é o intervalo vazio de um mundo, que me despe hoje à cabeceira.