domingo, abril 23, 2006

Dorme bem...

Não preciso que acordes para que sinta o teu olhar de feição poente, bem para além do que insisto em lembrar em dias de um azedume ferido e tão intensamente teu, mas nem por isso esquecido por quem te vislumbra e te admira.
Podes-te deitar que não fecho os olhos tão cedo, sem antes advinhar, quais as palavras que melhor descrevem o teu corpo que em serena simpatia se deixa deslizar na ingenuidade de um sonho para o qual não encontrei ainda a saída, e que anseio que os teus lábios taciturnos me o revelem, sempre em segredo, sempre lembrados.
Posso estar longe do leito que te envolve, mas as minhas palavras nunca deixarão de te velar na noite que nos aproxima.

quinta-feira, abril 13, 2006

Porque não...

(...)E sem que um beijo calasse o adeus, foram-se pintando imagens de uma tristeza tão negra quanto distante, no pensamento de quem um dia nunca se julgou só, mas que assim calou, por ser como eu sempre fui, e não mais do que isso, uma triste imitação de uma não menos triste actuação, no palco da tua vida, que abandonei sem público, mas com história...
Desligam-se as luzes do presente e resta-nos a memória que nos vai iluminando com as recordações de um passado, que outrora já foi presente... e de tão belo ser, me faz ansiar o futuro... assim será, sem legendas, mais um acto, mais um capítulo, a mesma peça, a mesma história, porque não um final igualmente feliz? Até esse dia chegar, vou escrevendo no plural, um sentimento tão singular.
Aguardo, escrevendo...