Senta-te aqui junto a mim, encosta o teu ouvido à minha voz e deixa-te estar mais um pouco, talvez até amanhecer, não sei...
Adormecerás nos entretantos e em outros tantos momentos cederás à fraqueza de uma noite que vai chegando calma e serena, apenas degustada pelo negro calor de uma brisa tão quente como sufocante é o momento que nos assiste.
Talvez a sede nos tenha aproximado de um céu escuro, numa noite que não se quer de grandes conversas e onde apenas se procuram momentos de uma paz que tarda em vir e nos olha na distância de um mar sensato.
Acabamos por partir, se calhar falando pouco e olhando para um horizonte descoberto de certezas, onde o silêncio que nos percorre a pele nos arrepia num ápice de um pensamento que nos levou para bem longe dali.
Deixamo-nos estar, mesmo sem grandes conversas, apenas olhando para lá de tudo mais e dando espaço a vontade de apenas estar.
A indolência do tempo deixa-nos fraquejar perante uma noite que já madrugou, encontramo-nos num outro mundo, adormecida que estás, no ombro que um dia tu buscaste...
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