segunda-feira, abril 04, 2011

Nota III

Passaram-se dias, aproximei-me de ti como os segundos dos minutos e esperei, no embaraço de uma história, sem final para contar. O desespero que ecoa nessa incerteza, de uma falta de coragem em te chamar e te falar, te roubar e te ter para mim, enquanto nos vamos encontrando em cada dança que perdemos. São sinais de um tempo que não parou e nos tornou tão frágeis, quanto essa certeza de um outro mundo que nunca existiu.

Nota II

A calma no interior da sala exígua contrastava com o buliço com que o vento transtornava as bandeiras desfraldadas de um estado já por si caótico. Amontoavam-se as certezas de um embaraço traduzido por um qualquer número que me atormentava o pensar. Habituado às conquistas dos dias tempestivos, descansa a saudade de uma vontade atroz de desistir.

Nota I

Desistiu de tudo a que não resistia para ceder a um vulgar deslumbramento de uma sorte jogada ao acaso, de uma derrota que se sabia iminente. Uma simples distracção e demitem-se os sentidos submissos a uma sua vontade de querer. Era tempo de não pensar e de nos perdermos nos caminhos que nos convidam a uma má sorte. Castigam-se as memórias e vai restando esse presente que nos espreita na penumbra e se perde sem rodeios. Odeia-se para não se amar.