terça-feira, fevereiro 20, 2007

História de um dia...

... Senti-te feliz mesmo estando longe de algo que me lembrasse de ti. Nunca mais escrevemos, nunca mais te escrevi, ambos fugimos de tudo, e encantámo-nos com outras paisagens que nos apaixonaram pelo silêncio que nos traziam.
Somos um engano, uma fraude para quem nos julga ter, embora sós, mas sempre com a sombra da saudade a deixar-nos tão longe de quem nos toma por culpados de um sentir que em nós julgam viver. Ditamos sortes ao som de uma história construída com quase nada, mas que para nós, agora mais que nunca, significa um tudo tão frágil, quanto as páginas que rasgámos juntos de um passado que agora nos desmente. Vivemos na penumbra dos minutos que percorrem as nossas palavras em sentidos opostos das certezas que as constroem (...) porém sobrevivemos...

Calar...

Apetece-me calar-te o silêncio, de uma forma tão pouco hóstil quanto terna é a vontade de me tornar um passo no areal das memórias de uma vida, na qual passei e não fiquei. Podes não adorar a noite, mas veneras quem te olhou como hoje te vês, num espelho que construíste como um tal castelo feito de uma pedra rara, como só tu soubeste esconder na obscuridade das palavras de saudade que me deixaste em forma de lágrimas sentidas.
Deixa-me olhar-te nos olhos, cantar-te a mais bela das histórias e desenhar-te os romances que te prometi outrora escrever, mas que ficaram na neblina de uma manhã em que saíste e nunca mais voltaste, em que ficaste e eu parti, sem mais olhar para trás...