segunda-feira, abril 23, 2007

Confuso?

Um dia tudo terá uma explicação...
Tudo fará um sentido, o mesmo que nos faz acordar de manhã com um sorriso no rosto, daqueles de um dia de verão sabes? esse mesmo... ao som daquela música, essa tal que agora se arrasta na tua memória e te faz corar.
Um dia, as palavras farão sentido quando nelas te revires ao olhares para as páginas do livro que nunca chegámos a terminar e pensares que tudo tem um fim, como antes, bem antes do sol se pôr, o momento em que nos transformámos num início de algo mais, nos transcende.
Olha agora em frente e esquece tudo, não te unas a um passado que te tortura e te faz escrava de pensamentos de um amor que te prendeu e que sempre julgaste que te libertaria. Somos o que escrevemos e não o que falamos, não há forma de nos libertar das frases que escrevemos, enquanto as palavras que tombamos gravemente se desvanecem neste ar quente que não nos deixa respirar e nos limita.
Já o olhar, esse, perde-se em tudo mais que insiste em não nos deixar, talvez enebriado pelo tom de voz embargada e sentida de quem um dia partiu.
Um dia tudo terá uma explicação... Tudo fará um sentido... Talvez ao som daquela musica, aquela mesma que agora tanto queres ouvir e recordar...
Confuso?

sábado, abril 14, 2007

Não...

Não sabemos amar, não sabemos cuidar de quem dizemos amar, não sabemos o que é o amor, pois sempre que nele pensamos deprimimos o mais profundo dos sentimentos que outrora julgámos libertador.
Somos condicionados pelos olhares que nos arrastam em formas retorcidas de uma traição injusta aos sentimentos que nos consumiram no passado e que nada mais são, do que subtis enganos tão naturais na vida que nos fazem viver e que tão vulgarmente chamamos presente. Talvez num assumido grito de revolta, nos expomos áquilo que nunca quisémos assumir como nosso mas que com isso vamos sobrevivendo, justificando tudo o que fazemos, com os actos que imputamos a alguém que julgamos que nos persegue e só por isso não nos deixa respirar.
Fugimos da vontade de dizer não, quando esse não é a resposta que nunca quisémos dar de tão verdadeira ser. Negamos o prazer, as viagens da libido que nos transforma em seres tão fisicos quanto reais, quando é aí que encontramos o pleno equilibrio entre dois seres que se desejam, mas que de tando fugirem se destroem com arrepios em forma de palavras duras e batalhadas no campo de um amor já infértil, antes consumido por uma chama a que também chamámos paixão.
Nunca foi tão dificil dizer amor, quando amar é um verbo que persiste nos nossos piores momentos e subsiste nas mais longas noites que esperámos sempre que nunca chegassem ao fim e aí sim, fizémos por conquistar a imortalidade, tantas vezes abraçada pelo calor dos segundos que teimavam em nos apressar, e que ao mesmo tempo nos seduziam e nos faziam ficar mais um pouco.
Desaparecemos de um mapa, de um norte, daquele mesmo que nos conduziu na mais pura e sentida das viagens que insistimos em recordar como irrepetível e só isso nos faz desligar de um mundo que já esteve aos nossos pés e que agora se desvaneceu na mesma rua em que nos conhecemos um dia...