Quando escrever se torna um hábito, e esse mesmo hábito, um vício mau, quando as palavras apesar de cegas e mudas, caminham sempre no mesmo sentido e tudo isso nos cansa e nos deprime, é então que surge a verdade de que algo que sempre defendemos como verdadeiro e que sentimos como nosso, se transforma, e com isso, os textos rasgados e os livros que prometemos escrever, mais que tudo, frases incompletas e almas destruídas, num só caminho...
É esse mesmo trilho que traçamos sem destino, e o percorremos sem muitas vezes olhar para trás, é isso que chamamos vida, nada mais que isso.
Falava outrora desse mesmo caminho, como uma estrada intemporal, num qualquer lugar, mas que sendo ladeada por frondosas árvores que muitas vezes prometeram sombra nos dias de calor, e abrigo em dias tempestuosos, não passaria no entanto disso mesmo, da ignorância de alguém que pensava que podia ter tudo e ser tudo de uma só vez, impossível. A verdade é que tão cedo julgo que essa estrada existe mesmo, e sonho com ela, como tenho a certeza da mesma forma, que não passa disso mesmo, de um sonho. No entanto só me resta aguardar pelos momentos que se seguem, sempre na companhia das palavras que segundo dizem são o espelho mais bem cuidado da nossa alma, e assim se persegue o sonho, e desistir nunca, porque um dia todos nós poderemos respirar debaixo de água... e sonhar é bom, pois é o único momento que é verdadeiramente nosso.
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