As luzes apagaram-se num noite despida de preconceitos. Contavam-se as velas que num gesto disforme contornavam o negro que insistia em ocultar o toque desarranjado, próprio de quem não se vê, apenas se sente.
Esta sublime viagem que começou em lado nenhum, nunca chegaria a acabar para que se escrevesse uma epopeia, talvez nem sequer uma aventura.
Palavras tomadas num desejo sem história, pairavam na alma de quem um dia perante a nudez das mesmas, as reprimiu, sem que pensasse sequer que nunca essa pintura deixaria a sua tinta secar, mesmo antes de a destruir com a força de um silêncio que se julgou nunca existir senão ali, no agora.
A tua arte parou de fintar o olhar para começar a contar as nuvens cinzentas de uma paisagem sonhada por ti, intemporal como o vazio das músicas que um dia te pertenceram. Só um dia, talvez não agora, talvez porque a melodia se desvaneceu na timidez do tempo que insiste em passar e em não olhar.
Talvez daí o silêncio...
Talvez...
1 comentário:
...qual o sentido do sopro que apagou as velas?
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