quarta-feira, junho 27, 2007

Errante..

É um frio que nos cansa, que nos gela qualquer vontade de escrever, nos entristece o toque e nos deixa sem forças sequer para escrever uma vírgula numa página sofrida de quem tomba palavras sem se olhar, sem se conhecer, sem se acreditar.
Não se consegue estar em baixo, porque lá em baixo tudo nos parece bem melhor do que pensamos realmente merecer. Pairamos sobre algo que nos deixa apagados, mas ao mesmo tempo, algo que nos acende a alma na ausência de cor, de formas, de tudo mais. Uma qualquer outra força que nós dizemos não existir, mas que nos cerca a cada minuto, existe, é algo que nos move e não nos demove de nada, a não ser de um cansaço que teima em não nos deixar sós, talvez sós, porque um dia assim quisémos ficar.
Não existo a não ser em papel, nas frases que já não escrevo, que já não pontuo... Não existirei nunca mais como ser pensante, mas como eterno errante de um passado tão terno, mas não meu...

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