domingo, março 19, 2006

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...Choravas como ninguém, por esse teu rosto de sombras tão delicadas, corriam as não menos delicadas lágrimas que de tão doces serem, adoçavam ainda mais os teus lábios, que por tão doce saberem, invejavam quem os beijava. Não acreditavas em romances até teres vivido um, julgados todos pelo mesmo não deixavas nunca de acreditar no amor. Não serias mais do que a fonte de um desejo, e essas lágrimas que outrora falava, não seriam mais do que um espelho que almejava uma qualquer alma em desassossego mas nem por isso só... quanto menos escrevesse mais acreditava em tudo aquilo que a linguagem não permitia ousar. Mas nem a ousadia te fazia deprezar as letras e por aí nos fomos degladiando, até à récita final, em que eu escrevia e tu coravas, em que eu lia e tu sorrias, e foi numa qualquer frase desenhada sem pudor que ficámos abraçados a um passado que não mais nos largou no presente. E por aí vamos pernoitando, sem regras e sem limites, só mesmo a saudade nos faz sentir tão vivos...

2 comentários:

gabi disse...

"Não fui capaz de entender nada. Devia tê-la avaliado não pelas suas palavras, mas pelos seus actos. Ela perfumava-me e dava-me luz! Eu nunca devia ter fugido! Devia era ter sido capaz de perceber toda a ternura escondida naquelas suas pobres manhas. As flores são tão contraditórias! Mas eu era novo demais para a saber amar" (O Principezinho- Antoine de Saint Exupéry)

Soma ou Diferença disse...

LINDO!!!!!!!