quarta-feira, março 08, 2006

Insónias...

Crescemos a ouvir as mesmas palavras, que outrora foram de outra gente, e por muito sábias que sejam nunca chegam a ser verdadeiramente de quem as diz, mas sim de quem por ora as sentiu como ninguém.
Falamos pela eterna sede de quem fala por falar e não fala por sentir, por se angustiar e se torcer cada sílaba que se repete de uma forma tão única quanto esse timbre e essa voz, conseguem ser. Vamos despertando os mesmos sentidos que nunca escondemos ousar, aqueles que não nos deixam descansar numa vida que também não queremos que seja de paz, mas sim de terna lucidez enibriada por um qualquer perfume que nos apaixonou pelo menos uma vez, num qualquer segundo, num qualquer lugar. Associamos as pessoas a lugares tão pouco comuns, como aqueles que realmente nos marcaram como sendo unicamente nossos e não de alguém, de um desconhecido que não teria a cruel coragem de nos roubar um minuto sequer de um egoísmo que por assim ser, é só nosso. Assim voltamos as costas num sentido errado da nossa vida, naquele momento em que conduzimos o sonho de uma vida e que nos faz andar perdidos, ao sabor de uma qualquer brisa que não nos deixa viajar por milhas, mas também não nos deixa pousar em sitio algum.
Histórias mal contadas que passamos uma vida inteira a viver...

1 comentário:

Soma ou Diferença disse...

Grande texto. Nem sei que escrever mais... Apenas dizer-te a que adorei o que li!
Afortunado por toda essa sensiblidade, parabéns!