Ser narrador de uma história que não escrevi, é quase tão dificil, como desenhar a face desdenhosa de quem traiu a saudade em função de uma fútil vontade e de um prazer momentâneo, que é no fim de contas amar, quem nunca se julgou amado.
De livro aberto recitamos frases, que não sendo nossas, as adoptamos como tais, e vivemo-las com o mesmo fervor de quem as chorou, as escreveu e as viveu. Usamos as letras em função do que sentimos sem nunca pensar que plagiamos um sentimento que nunca foi verdadeiramente nosso para que o possamos, como outros, realmente dar alma ao que se escreve. Afinal, nunca se tratou de preencher com cores garridas palavras de um só sentido, pois sempre caminhámos em direcção a uma ilusão que certamente construímos sem nunca nos julgarmos absurdos ao fazê-lo.Deixamos então de julgar a vontade de uma sapiência que nos desgasta, para embarcarmos numa viagem que outros arriscaram por nós e assim, um caminho ao qual nos rendemos desde cedo, já descoberto e tão mais fácil.
É bom sentir cada palavra que escrevemos, sem o medo de errar no caminho que tomamos para a escrever...
2 comentários:
O ser-humano busca a semelhança, algo que reflicta a forma como age, sente, enfim, vê o mundo! "Não se ama alguém que não ouve a mesma canção" como canta Rui Veloso. É legitimo revermo-nos nas músicas, na poesia... em todas as formas de expressão, são essas as mais ricas: transmitem sentimentos. Beijocas. Eli.
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