...Fiz de um pouco de papel uma recordação minha, que dei a alguém e não sei bem quem, nesse papel desenhei letras e pontuações e do pouco que me restava escrevi um poema para ti, não sei quem. Não sei de quem eram essas lágrimas que corriam de um rosto que provi nu com olhos igualmente nus, e continuo sem saber quem és, enquanto desdobras esse papel, na ansiedade que julguei não partilhar com mais ninguém, desembrulhaste um pco de mim, e o que seria de nós, sem ti. É de certo uma surpresa quando me refiro a ti, e sem mágoa alguma te revejo na distância de um mapa já gasto, e sei que nesta mesma mesa em forma de quadrado nunca conseguimos dizer um adeus e vender um pouco de nós, selando tamanha barbárie com um forte e solitário abraço. Só sei porém que os dias correm e da inércia fogem e que tu apanhaste a boleia de um desses mesmos dias em direcção a lugar nenhum sem olhar para trás com a altivez de uma decisão para a qual nem tu mesmo pensavas correcta. Viverás os dias com o peso de um adeus que não soubeste dizer, e com um passado que parece que tendes esquecer. Fazes de todas as coisas reais um jogo e sem sentimento algum tentas compreender que essas mesmas coisas, fazendo parte dos teus dias nunca foram diferentes umas das outras. Dás mais atenção ao que olhas do que ao que sentes, e fazes dos tais momentos sentimentos vulgares e iguais. Aguardo expectante o nosso encontro, para que juntos possamos definir a amizade...
quinta-feira, janeiro 12, 2006
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