domingo, janeiro 15, 2006

(sem título)

Continuo a tergiversar quando me perguntam por mim mesmo e alego não existir mais. Percorrer as páginas daqueles livros que tanto têm de enfadonho como de cruéis devoradores de tempo tão oportuno, é como preencher de espaços vazios um deserto povoado de nada. É por isso que não deixo de crer que já nem o descanso por ora, descansa os sentidos perdidos num tempo qualquer diante de coisa alguma. Valemos então pelo que nos dizem valer, no preciso momento em que decidimos tornar a uma história que deixámos por escrever e cuidamos em dar-lhe vida. Voltamos ao que sempre menosprezámos e como um qualquer títere puxamos os seus barbantes na tímida tentativa de fazer viver o que se abandonou sem mágoa e sem saudade. Conscientes, que todo esse egoísmo que nos acalenta a sede de tornar a viver o passado, por si só derruba as fronteiras do absurdo e irrompe em caminhos cuidados da vida de alguém. Mas, deixar de viver de erros, para que esses mesmos erros o deixem de ser como desde sempre os vimos, pressupõe voltar atrás e desdobrar as folhas do passado, e é tão mais fácil fazê-lo no séquito de alguém...

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