sábado, janeiro 14, 2006

Acordar...

Alvorecer iluminado pela mesma luz que nos acompanhou até ao derradeiro momento em que decidimos fechar os olhos e entregarmo-nos nas mãos de um sono tantas vezes repetido, mas tão sedutor, é por vezes tão cruel como saber que fazemos parte da panóplia de medos de alguém, e que a solução para esses mesmos medos deixarão de existir no preciso momento em que decidirmos abrir os olhos que fechámos ao adormecer.
Acordamos sem sentido e mais uma vez sem rumo, seguimos em direcção ao nada e por lá ficamos a vaguear longos instantes, como um qualquer barco que navega até porto incerto e vai pernoitando em mar aberto. Somos eternos conquistadores de horizontes que uma vez sonhámos nossos e fazemos disso a nossa utopia, em que nos fazemos de cegos, surdos e mudos na procura de algo que só nós sabemos que nunca existiu mas que é tão importante para nós.
Essa viagem decidimos fazê-la sozinhos, sem que haja medos nem tormentas que nos acossem a melodia que trauteamos em cada passo que damos.

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