... escondia-se naquela varanda que o obrigava a esplanar toda a sua saudade que o olhava no crepúsculo ansioso de um dia que acabava por morrer a seus olhos.
Toda a sua sede se estendia pelo fio de água ténue que caía do mesmo telhado onde brincara enquanto criança e que sobrava de um dia de outono que terminara com sol.
Tantas vezes interrompido por uma voz que o acordava, distraía aquela sede insaciável de amar, nos seus gestos vestidos de um verão quente, que resolviam preencher todo aquele silêncio com cores de uma sedução invulgar.
Pensava tantas vezes na sua nudez, preso que estava num horizonte que o obrigava a sorrir.
Despiu-a outras tantas e acabou sempre por adormecer no peito que amava ao sabor de uma música pautada pelo doce toque de um beijo roubado num silêncio seu.
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