quarta-feira, novembro 28, 2007

Hoje, amanhã, depois de amanhã...(fim)

Porque te falei, porque me ouviste, porque te quis, porque não te tive, porque te desejei e não te senti.
Fugi para bem longe, comprei apenas o bilhete de ida, não tenho regresso anunciado, acho mesmo que fico por lá, não sei bem onde, mas longe.
Disseram-me que era uma viagem... vou espreitar.
Um dia, quem sabe, regresso para contar como foi.
Conto não voltar.
O hoje, o amanhã, o depois de amanhã... serão sempre escravos do verbo querer, isso não mudará nunca.
Parto hoje... sem hora marcada...
Adeus.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Chá e café...

É o teu chá, é o meu café, é a minha voz, é o teu olhar, é a minha história, é o teu livro, é tudo e não é nada.
Voámos, pousámos, fugimos, ficámos, olhámos, sentimos, vivemos, perdemos. Os nossos desencontros não têm sujeito, nem predicado, apenas existem, e isso é a nossa certeza, com a cor própria de uma frase sem tom, mas com o doce sabor de um alfabeto de cores, com as quais pinto as palavras que te escrevo:
'Sou teu...'

...Ontem deixei-te parte de mim...

O recado que te deixei em cima de uma outra mesa, de um outro café, mas sempre com o mesmo olhar, tornou-te única, como no teu primeiro medo, naquela primeira noite, que insiste em não se apagar em momento algum e que me ensurdece nos minutos de silêncio que parecem não ter fim.
Falámos de outras pessoas, e de tanto falar dos outros, deixámos de falar de nós. E tantas vezes sorriste, meu deus e como tu sorris, só tu sabes sorrir assim, olhar assim, sentir assim, ouvir-me assim... foi bom recordar-te, bom de mais talvez...
Não me deixaste dizer-te adeus, falar-te da viagem que quero fazer contigo, não podia falar, não tinha que falar. Ontem apenas magoou, hoje dói. Escrevi-te tantas vezes e rasguei parte de mim outras tantas. É com tristeza que hoje parto, sem regresso, sem história. Irás lembrar-te de mim como um passado que injustamente passou, que não deixou que déssemos a mão, uma única vez sequer.
Existes, tens um nome e acordas-me todos os dias com um sorriso.

terça-feira, novembro 20, 2007

jogo do tudo ou nada (ritmo)

No jogo do tudo ou nada jogamos sempre tudo e ficamos tantas vezes sem nada. Habituamo-nos que nada existe sem que tentemos apostar no tudo, mesmo sabendo que só asssim podemos deixar de ser o nada que tantas vezes nos atormenta, nos constrói e nos destrói quando almejamos em ter tudo e afinal de contas não temos nada.
É um jogo que deixa de o ser, quando das palavras fazemos história e da vida uma aventura, igual a tantas outras histórias. Fácil é não olhar mais para trás quando temos uma vida cheia de dias nunca iguais aos que por nós passam, esses nada fáceis de levar.
Dificil será pensar que tudo isto existirá sem a culpa de quem um dia decidiu nunca existir.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Sistema...

Tenho pensado na morte. Não na minha, nem na dos outros. Na morte, ponto final. Não que a tema, pois não me faz confusão alguma. Talvez apenas porque existe e existirá sempre seja qual for a nossa crença, a nossa fé. Se calhar porque ao contrário de tudo o resto faz-nos pensar sem sequer olharmos para a sua irreversibilidade. Não sei, mais um exemplo em que talvez pensemos pouco em tudo aquilo que nos é dado por garantido na nossa vida. Sendo isso uma verdade então, perdemos demasiado tempo em cumprir com as expectativas das coisas tão fúteis quanto aquelas que nos ocupam o tempo de tão inócuas serem.
Pelos outros, porque o problema são sempre os outros - dizemos nós.
Temos medo da nossa verdade... Ontem foi mais um dia de terror.