terça-feira, maio 16, 2006

Paixão...

Foi nessa noite, em que nos tornámos iguais que desenhámos a nossa história, em gestos tão suspeitos como a noite que nos acalentava o momento que fez de nós os donos de um mundo tão nosso. Deixámos de existir ali, para passar a viver bem longe de tudo o resto que nos fazia estar perto. Os teus olhos que adormeciam ao doce toque de versos sem sentido algum, denunciavam a ternura dos teus suspiros que assinavam cada gesto e nos faziam tão próximos de um sonho tão imaturo, mas tão terno. Foram momentos de analepses construídas em pormenores descritos pelos teus lábios cuja doçura recuso um dia sequer vir a esquecer. Passaria tempos sem que me falasses das forças que perdias, e outras que ganhavas, em alturas que era bom demais passar os nossos segundos e vivê-los como os nossos eternos minutos. Tudo isto em segredo, em noites passadas sem rumo, comandados pela distracção do tempo que nunca nos julgou senão quando tudo terminava, deixando somente a saudade, e a vontade de não mais partir.

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