quarta-feira, maio 17, 2006

Não partas...

Não partas, não me obrigues a escrever com estas mesmas palavras uma qualquer sonata que se despede de ti, como a chuva de um inverno triste. Não apagues o que de melhor deixo, senão numa qualquer saudade sentida por quem te viu, e quem te vê. Deixa-me ficar mais um pouco, olhar para ti mais um pouco, tentar tocar-te um pouco mais, com os mesmos olhos que um dia fizeste brilhar, sem o saber.
É por ti que partes, é contigo que trazes aquela mesma alegria que vi nascer um dia, em alguém tão próximo, mas ao mesmo tempo tão longe.
Deixa-te estar mais uns minutos com a certeza que farei brilhar mais os teus olhos, não por lágrimas de um adeus, mas por sentidos sem sentido algum. Se queres ser livre, liberta-te do desejo que é sê-lo, para que aí sim, possas partir sem olhar para trás e deixares um pouco de ti, assim como eu deixo um pouco de mim, em ti..
Não consigo virar as páginas desta história sem pensar que o adeus possa ser o fim daquilo que ainda escrevo sem olhar as horas que me atormentam. Tento desenhar com palavras, o mesmo que um dia sonhei poder conquistar com o coração. Não consigo deixar de iludir o tempo e essa tua razão. Os mesmos que um dia te levarão para longe, os mesmos que te fazem pensar em partir... é triste poder estar triste com o início que nunca o foi, para passar a ser um fim...

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