terça-feira, outubro 31, 2006

Perder...

Não tenho que ser forte, quando todos os outros são fracos, e a minha fraqueza não é menos do que a timidez de um sentimento que se quer tão forte, como nunca esperaste que assim fosse, e que agora insistes em que assim não seja.
Ouvi-te hoje pela última vez, com a certeza que apesar de ser a última, não vou deixar de te escutar nas músicas que em tempos foram nossas e que agora te levam para bem longe de mim.
Se foi sempre um erro estar longe, nunca estar perto soube tão bem como agora, no momento em que não estás.
O temor, que se tornou pesadelo, algo que ficcionava como estando longe ou ser utopia, mas que aconteceu, e tão rápido, como o adeus que não se passou, nem ontem, nem hoje.
Tornou-se um acordar pesaroso, este que te fez ser uma lembrança, que agora já não me escreve, e que não acha preciso fazê-lo, porque ambos vivemos assim, na plena certeza que de tão incertos estarmos, não fazemos mais do que nos esconder disso mesmo.
Quando nada mudou, tudo parece ter mudado, no momento em que surgiu tudo o resto que existe do nada, e que agora conta mais que tudo.
Viver por viver, e conquistar o tempo, é já algo que por si só te custa, quando o resto, não é mais do que um passado desenhado a carvão, e apagado pelo lume brando da tua memória.

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