Tenho cada vez mais a certeza que nada é eterno, que as certezas que vamos tendo ao longo da vida são cada vez menos nossas e rapidamente passam a ser vistas como as expectativas dos outros. Por isso não há como viver a vida longe do que os outros esperam, saber que há sempre alguém que leva um pouco de nós, mas sendo isso (por vezes) tão pouco, temos então o tempo todo do mundo para contrariar expectativas e rumar ás conquistas. Tudo o resto, pouco importa. Deixamos de ser nós quando nos pedem para assim ser, não que nos custe dizer não, custa-nos é pensar que os outros não vão gostar de o ouvir. É por isso que, nos dias que passam, cada vez mais de forma fulminante, tudo o que nós damos como nosso, acarreta uma carga tão nossa como de qualquer outra pessoa que conosco se relacione. Perdemos algo nosso quando nos moldamos perante alguém, deixamos que tudo o resto que sempre pensámos fútil e sem sentido tome conta de nós, nem que por breves segundos isso aconteça, a verdade é que acontece realmente. Tudo isto com um toque real de ingenuidade, de ignorância e desespero, tão natural da natureza humana, tão nossa... Por isso respirar debaixo de água, deixar que o sossego tome conta de nós... porque sim.
terça-feira, outubro 18, 2005
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