...o teu copo vazio que adormece na sombra de uma janela fechada pela força dos dias que passam e que me obriga a olhar-te em todos os momentos feios em que acordo sem ti.
Guardo o teu perfume nos lençóis desarranjados pelo calor dessas palavras que fomos trocando num segredo perfeito e de formas difusas.
Percorri o teu corpo e fui encontrando pedaços de mim nas certezas que me faziam adormecer sem regras, nos braços de uma solidão sem nome.
Nem as palavras me salvam de uma loucura tão tua.
1 comentário:
Levantamo-nos sem a vontade do dia, sem saber o que de novo está para vir e todos os dias se tornam iguais, numa rotina que nos destrói e mutila. Andamos desesperados à procura de resposta a uma pergunta que nunca será feita e insiste em nos derrubar. Tentamos fugir das incertezas e contudo, elas perseguem-nos. Tão difícil é viver neste emaranhado de corpos, de movimentos vazios, cheios de nada, de significados inertes… um Papalagwi no meio da selva urbana deitando por terra tudo o que não quer e sem perceber o porquê de os outros quererem.
Ontem… houve dias maus, o de hoje parece-me perfeito – qual Otelo “se morresse hoje, morreria no cume da felicidade”.
E morro para voltar de novo a renascer.
…e levantamo-nos sem desistir porque hoje pode ser um dia bom.
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