segunda-feira, outubro 06, 2008

23:06

... sem que me achasse cansado escrevia...
Olhando no escuro, aos poucos, fui descobrindo por outros sentidos, pedaços de um caminho que me ia moldando num gesto dificil, cada esquina que me serenava, me encontrava e me seguia.
Fui caminhando junto da noite, sem que me olhasse, em cada metro que percorria, era um quilómetro de imagens sem uma cor que eu próprio já não conseguia deixar de viver.
Ontem, e porque ontem já passou, não conseguia fazer-me sentir longe de um mundo que me puxava para junto de si, sem que o entendesse, preferi todo aquele silêncio que acabava por me ouvir sempre que me abeirava junto de um pouco de luz.
E tudo foi ficando para trás quando consegui trazer um pouco mais de mim.
A viagem continua sem grandes porquês.
Hoje prefiro que não me perguntem nada, deixo que o resto do mundo me perceba, e no instante seguinte me deixe finalmente só.
Viajo só, e só por isso viajo só.
... sem regressos esperados, nem que não parta, amanhã não vou estar...

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