segunda-feira, outubro 27, 2008

conceitos...

Nem fogo nem água.
Apenas uma porta que se fecha de vez.
Sem passos contados nem corredores escuros que me atormentem uma saudade que desfaleceu em cada momento em que me encontrei só.
Da partida não se aguarda o meu regresso, do futuro não se espera um meu passado.
Quem se perdeu afinal?

domingo, outubro 19, 2008

3 anos

... sem que me abracem ou escutem, desaprendi a cuidar do tempo, e todo o meu espaço se encontra gravado na memória das palavras que escrevo, por tudo o que ouço e vivo, sempre mais pelos outros do que por mim.
A saudade não se nega a ninguém.
Esta minha saudade não a nego a ninguém senão a mim mesmo. Sei que não gosto de mim nos dias em que até posso gostar de ti.
Hoje e sempre, serei uma ilusão.
Acabo por não acreditar se existo de verdade, assim como não me revejo a renascer no séquito de uma minha falsa esperança.
Sem que me abraces ou escutes, não desaprendo a cuidar das palavras que te ofereço, e que por ti jamais esqueço... os dias que por nós vagueiam.
Bem-hajas...

quarta-feira, outubro 08, 2008

não há amor como o primeiro...

... após as primeiras chuvas de um Outono tardio dá-se a metamorfose, primeiro no ar, no cerco das pétalas, e um pouco mais tarde num qualquer pedaço de terra medíocre, com o despontar de novas espécies sem nome, mas com vida...
É o retrato de uma história sem um final feliz...
... assim como a saudade, o amor... que não há como o primeiro.

terça-feira, outubro 07, 2008

no caminho de casa ...

... porque somos feitos e defeitos de palavras, é no caminho de casa que me encontro mais vezes com a saudade que perdura ... basta um pouco de silêncio, ou uma luz apagada para que me perca na infinitude de momentos que nos construíram e nos largaram a mão no minuto seguinte em que nos perdemos em nós ... passaram-se anos, enfim...

segunda-feira, outubro 06, 2008

23:06

... sem que me achasse cansado escrevia...
Olhando no escuro, aos poucos, fui descobrindo por outros sentidos, pedaços de um caminho que me ia moldando num gesto dificil, cada esquina que me serenava, me encontrava e me seguia.
Fui caminhando junto da noite, sem que me olhasse, em cada metro que percorria, era um quilómetro de imagens sem uma cor que eu próprio já não conseguia deixar de viver.
Ontem, e porque ontem já passou, não conseguia fazer-me sentir longe de um mundo que me puxava para junto de si, sem que o entendesse, preferi todo aquele silêncio que acabava por me ouvir sempre que me abeirava junto de um pouco de luz.
E tudo foi ficando para trás quando consegui trazer um pouco mais de mim.
A viagem continua sem grandes porquês.
Hoje prefiro que não me perguntem nada, deixo que o resto do mundo me perceba, e no instante seguinte me deixe finalmente só.
Viajo só, e só por isso viajo só.
... sem regressos esperados, nem que não parta, amanhã não vou estar...

quinta-feira, outubro 02, 2008

Incógnito...

Debaixo de uma noite descoberta de um calor de outros dias, de outras noites, consigo perceber que no meio deste burburinho ensurdecedor resta uma ténue constância de um perfume que me descobre a saudade de um virar de esquina, de um toque escondido, de gestos estudados e de um olhar que se transforma num abraço, quando na simplicidade de um momento, os nossos olhos se cruzam, se amam.
Lembro-me que te degladiavas com argumentos só teus, tu saías, e não mais voltavas.
Ontem procurei por ti, para te dizer que não me esqueci de ti.
Olhei em volta e sabia que o mar que me serenou a saudade, é o mesmo que me vai libertar de mim, sem pedir nada em troca, apenas porque sim.
Tenho saudades tuas...

quarta-feira, outubro 01, 2008

porque...

...a história não acaba aqui...
...desses fins de tarde diluídos entre palavras distorcidas pelo som de um querer ser, e um vulgar querer estar, perdem-se os momentos de uma terna loucura que os leva a percorrer as mesmas ruas distraídas, sem dilemas nem alfabetos tristes que os faça esmorecer, enquanto vivem longe das conversas que os tornaram amantes de apenas duas almas... sempre, sem ninguém saber.
Esta história não morre nas memórias de um passado, vive encarcerado na saudade de um tempo que não os olha, que os despreza, na verdade, nesta história, há sempre alguém que parte ...
Até quando?