Estive por momentos preso no horizonte de um pôr de sol fantástico e olhei que todo aquele silêncio que me rodeava, apenas era interrompido pela doce lembrança de uns lábios que tivera provado no dia passado e que ainda hoje recordava com a saudade de quem está longe e não posso tocar.
Reparei a forma subtil, como o sol era arrastado num suave sentido, pela minha tela de cores de fogo, por uma lua que me trazia uns tais tons de luz, que me enterneciam na lembrança do que é pertencer a alguém, e provar das suas palavras uma infinitude de um encanto de charme, que me fez perder num feitiço com o teu nome.
Pensei mais uma vez, e apenas mais uma das tantas vezes que me lembrei de o fazer, que seria impossivel que numa atitude de senso comum, nem por isso, tão censurável assim, saber que Ptolomeu acreditava em todo este geocentrismo, que tantas vezes confundimos com o nosso próprio egocentrismo que nos faz encontrar no centro da vida de alguém, assim como esta terra que pisamos, no centro de um outro mundo, esse de um tamanho gigante.
Agora, o nosso mundo, esse, não se mede com os quilómetros que percorremos, muito menos com os que conhecemos, o nosso mundo não é mensurável, em momento algum, é apenas vivido e cultivado pelas palavras e pelo sentimento de uma vontade que é existir para sempre em nós, como apenas nós existimos.