quarta-feira, setembro 20, 2006

(Ir)real

Escrevi-te ao som do tempo que passa, desenhei-te á medida das minhas mãos, para que te pudesse tocar sem esquecer os contornos da sedução que te deixam ser tão única quanto eu me lembro de te escrever que o poderias ser.
Tudo o que te tornou tão menos racional neste jogo, e já tão ausente nos dias que nos ultrapassam, sem mais nos olhar, acabando sempre por julgar a forma como queres que te olhe sem te ferir e te toque sem mágoa de dor. Tudo isto que vale no mundo que sonhei de uma só vez e só para nós, nesse mesmo tempo em que nada mais conta senão o que tu contas, como verdade.
Os passos que dás nas palavras que escreves, na forma desinteressada que desperta o interesse de quem não te vê e apenas te lê, são sombras de virtudes, desenhadas pelos gestos despreocupados de quem sabe que não existe, senão só em sonhos, arriscando por isso tudo, sem ter nada a perder, senão o fôlego de quem fugiu um dia de um destino tão certo que era tornar-se real.
Vive-se melhor assim, sem a pressa de aparecer, sempre com o medo que a ilusão que nos torna invisiveis, nos proteja da maior das desilusões que um dia um sonho criou...

1 comentário:

Cati disse...

Sabes que há coisas que nunca se esquecem mas que se querem esquecer. Assegura-te que não serás uma delas. És especial pelo que escreves, pelo que sentes e pela forma de viver. Começa a dar-te o verdadeiro valor, és mesmo especial.
Um beijo enorme de uma sempre tua amiga.

P.S. Nunca me vou esquecer do mau gosto do "decorador do teu hall" ;)