segunda-feira, agosto 21, 2006

Nada mais que nada...

Ainda cheguei a vislumbrar contigo o mar, naquele mesmo dia em que não o queria ver com mais ninguém senão contigo. Passaram-se então dias imensos, em que o mar, esse, não deixava nunca de acalentar a vontade inconstante de te tornar só minha, no gesto mais egoísta que até então alguém poderia tolerar.
Partindo rumo à desmesurada inconstância tão pouco constante daquele vento que agora nada mais faz senão empurrar as ondas em direcção ao longe, e que por assim ser nunca chegou a estar tão perto, do que sempre sonhei tão próximo de nós.
Agora de costas voltadas para o sol, aquele mesmo que nos jurou tão juntos e nos marcou de tão longe, aquele mesmo que agora nos ilumina, separados que agora estamos em caminhos alados do teu próprio pensar.
Ainda hoje te leio, embora sem aquela saudade de paixão ardente, na calma da maresia que me aconchega a memória, á frente das mesmas ondas que um dia te trouxeram, e noutro te levaram, para bem longe das minhas letras, essas mesmas, que também já foram tuas.

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