terça-feira, julho 04, 2006

Acreditar...

Quero-me sentar neste escuro intenso, e deixar que as transparências me iludam de que os actos nada mais são do que um reflexo tão pouco cruel de palavras não escritas mas descritas, por mais ninguém senão por mim, num eterno gesto egoísta que faz de quem estremece, não o dono, mas o autor de malogradas consequências que nem eu espero alguma vez questionar.
É parte de mim que se esconde de um dia tão teu e tão pouco nosso, quando te vi e te julguei, seres mais que tudo e não mais que uma parte quem compõe o todo de um sonho por ti transcrito, numa névoa vespertina, nunca fria, sempre acolhedora como o abraço que nos ajudou a dizer adeus.
Perguntas para quê? quando a altura é de respostas e pelos actos tão pouco libertadores do sentir, e amargas horas de descanso perdido. Voltas se darão em torno de causas, quando nos interessa é voltar a sonhar e estarmos juntos de novo, num qualquer minuto de um futuro tão extenso, como o sentimento que nos transportou para a mais longa história de uma paixão acesa por um lume que o vento soprou forte, e que resiste no estóicismo de uma vontade que longe estará do fim.
Que fazer quando nem em nós não acreditamos...

1 comentário:

gabi disse...

Um dia comecei a escrever num pequeno caderno mensagens vindas de uma paixão imensa que fui construindo num sonho que pouco tinha de ser real... deixei-me levar por palavras belas e sentimentos profundos...acreditei que tinha tudo o que era preciso: a amizade, o sentimento, o desejo, o carinho, a confiança...o que é preciso mais para se ser feliz?!Deixei-me acreditar que o tempo traria até mim a felicidade que me estava destinada...acreditei que seria uma história quase perfeita...mas as incertezas que pairam no ar impedem a realização deste sonho. De que vale só um acreditar, qd a relação só acontece com as duas personagens desta história!? Por muito racionais que sejamos...há certas e pequenas coisas das quais não adianta fugir...vao sempre perseguir-nos.