segunda-feira, julho 17, 2006

Um dia...

Com a maior das incertezas, esse mesmo caminho que fizemos um dia sem questionar nada nem ninguém, que nos cruzámos como noite e dia, na mais improvável de todas as narrativas escritas a lume brando, em que acabaríamos por nos julgar não mais que uma folha rasgada, que de tão incerta ser, não deixará nunca transparecer o que na verdade se desgosta.
Se a nudez nos tornou tão próximos de uma desmesurada distância nunca quebrada por tal sentido, esse sim sem sentido algum, revemo-nos sem futuro mas com vontade de nada mais ser como antes nada seria.
Assim, não mais que um ternos adeus de quem partiu, e sem palavras deixou de escrever e por si, já não escreve mais.
Nunca corri senão em dias em que o tempo parava junto de nós, daí rumava ao corropio de uma incerteza, que nunca fora mais do que uma viagem por mim começada e por ti determinada, o fim dessa história que nunca chegou a ter um fim, e que assim foi, que tu deixaste acabar um dia, sem suor, mas com as minhas lágrimas.

terça-feira, julho 04, 2006

Acreditar...

Quero-me sentar neste escuro intenso, e deixar que as transparências me iludam de que os actos nada mais são do que um reflexo tão pouco cruel de palavras não escritas mas descritas, por mais ninguém senão por mim, num eterno gesto egoísta que faz de quem estremece, não o dono, mas o autor de malogradas consequências que nem eu espero alguma vez questionar.
É parte de mim que se esconde de um dia tão teu e tão pouco nosso, quando te vi e te julguei, seres mais que tudo e não mais que uma parte quem compõe o todo de um sonho por ti transcrito, numa névoa vespertina, nunca fria, sempre acolhedora como o abraço que nos ajudou a dizer adeus.
Perguntas para quê? quando a altura é de respostas e pelos actos tão pouco libertadores do sentir, e amargas horas de descanso perdido. Voltas se darão em torno de causas, quando nos interessa é voltar a sonhar e estarmos juntos de novo, num qualquer minuto de um futuro tão extenso, como o sentimento que nos transportou para a mais longa história de uma paixão acesa por um lume que o vento soprou forte, e que resiste no estóicismo de uma vontade que longe estará do fim.
Que fazer quando nem em nós não acreditamos...

domingo, julho 02, 2006

Por aí...

Quando se procura encontrar um caminho, somente aquele nos leva até nós, fazemos do nosso caminhar, algo subtil que não deixe marcas nossas na areia, passos esses que esperámos nunca dar, até os darmos e por aí traçarmos o caminho de alguém, que juntamente connosco espera não vir a sofrer por palavras sentidas, como outrora julguei.
Vivemos descansados de tudo o resto que nos aflige, quando julgamos estar sós e assim querendo estar, sem que nos deixemos levar por maresias erradas, de brisas escaldantes em dias, não menos quentes do que as noites que ferveram em nós e nos tornaram somente sós de nós mesmos.
Sem planos e sem regras, acordamos junto a um nascer do sol que julgámos estar bem longe, ou pelo menos não tão perto de alguém, que nos aparece como chuva em tempestuosos dias de inverno, e insiste em ficar, como aquela quente noite de verão, que um dia nos despertou para um amanhecer, para ainda hoje não mais esquecer, e assim é...