Trazia esta história guardada há anos...
Nas ruas da minha cidade consegui sentir o travo amargo de um abandono precoce. Senso vulgar de uma juventude canalha, e o aconchego de algumas noites que me ensinaram a relativizar o tempo.
Caminhei tantas vezes perdido, por calçadas que conhecia tão bem, procurava encontrar-me em cada passo, mesmo quando aquele calor de sufoco me obrigava a deambular junto à sombra de lúcidos casarios.
As noites de Verão eram bebidas de um silêncio sepulcral, onde apenas se olhava a noite.
Recordo tantas vezes um silêncio apenas corrompido pelo sossego das horas que demoravam todo o seu tempo a passar.
Na minha cidade aprende-se a sedução de uma saudade que nasce connosco, que se aprende, e se ama para sempre.
Não bastava passar por ti, tinha que te viver, tinha que te sentir, tive que partir, e sempre me obriguei a voltar por me teres ensinado a amar.
Nas ruas da minha cidade consegui sentir o travo amargo de um abandono precoce. Senso vulgar de uma juventude canalha, e o aconchego de algumas noites que me ensinaram a relativizar o tempo.
Caminhei tantas vezes perdido, por calçadas que conhecia tão bem, procurava encontrar-me em cada passo, mesmo quando aquele calor de sufoco me obrigava a deambular junto à sombra de lúcidos casarios.
As noites de Verão eram bebidas de um silêncio sepulcral, onde apenas se olhava a noite.
Recordo tantas vezes um silêncio apenas corrompido pelo sossego das horas que demoravam todo o seu tempo a passar.
Na minha cidade aprende-se a sedução de uma saudade que nasce connosco, que se aprende, e se ama para sempre.
Não bastava passar por ti, tinha que te viver, tinha que te sentir, tive que partir, e sempre me obriguei a voltar por me teres ensinado a amar.
4 comentários:
"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."
Mário Quintana
Brilhante!!
"Raramente lá vou,mas sempre
que passo na cidade, junto ao rio,
é o jardim que procuro primeiro,
onde o amigo colheu há tantos anos,
para me dar, a flor da canforeira
- Coimbra é ainda essa flor,
e na memória que bem que cheira."
Eugénio de Andrade
'(...)
Sabes que o desenho do adeus
é fogo que nos queima devagar
E no lento cerrar dos olhos teus
Fica a esperança de um dia aqui voltar
Elevas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações de um passado
O bater da velha cabra
Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p'ra vida'
Balada do 5ºano Jurídico 88/89
Recordo-me de alguém que raramente cantava e que chorou ao cantar este fado, no meio de tantos abraços, fica a doce lembrança da tua voz...
Coimbra para sempre nos nossos corações!!
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