segunda-feira, abril 27, 2009

descrição

... o vento contorce-se em ruas desertas de nós.
Vestes o meu perfume num gesto meigo de um abraço que te preenche.
Nada mais existe, senão a voz que no teu ouvido ecoa toda essa paixão que nos vai vencendo em cada minuto que nos domina.
.. tu sabes.

de(ter)...

... um café já cansado e uma conversa atirada sob a mesa numa discussão de olhos embargados pela angústia de um tempo que não pára nas nossas mãos.
Cigarro apagado, jogam-se trunfos de punho cerrado nessa madeira rude que vai rasurando aos poucos, o silêncio destruído pelos verbos construídos de gestos insensatos.
... da paixão se entende, um amor velado e uma história para sempre.

sábado, abril 18, 2009

onde...

...porque lá fora chove, é nesse intenso inverno perpétuo de luzes apagadas pelo suave aroma a terra molhada, hoje tatuada na memória de quem por lá foi passando, e não resistindo, acabou por ficar.
Estamos longe e acabamos por nos perder nas nossas próprias histórias, inventadas em minutos de uma sede quebrada pela insensatez de uma rua desfeita pela saudade de um beijo que terminava um nosso encontro.
Hoje é dia de te escrever e não imagino uma outra folha de papel que não o teu corpo devolvido pela certeza de um amor distraído por esse teu terno olhar que vai saciando o meu desejo de ti.

segunda-feira, abril 13, 2009

nessa rua...

... de fronte a um presente alado, dealbam-se meia dúzia de ideias perversas que se colam a um passado cansado que morre subtilmente no cantar de vírgulas fesceninas, numa evasão quase tão triste, como esse olhar moribundo que se engana, quando em si mesmo tropeça.
Nos dias que se conquistam de sorriso em riste, vão-se encontrando razões que se desligam de um sentimento fortuito de almas trocadas e desejos trôpegos. Nessa rua, nasceu-se de novo e olha-se em frente no minuto seguinte a um beijo roubado pela certeza de amar.