segunda-feira, dezembro 31, 2007

Xeque-Mate

Olhei para esta manhã como um tabuleiro de xadrez, simples: os espaços claros eram a manhã luminosa e madrugadora com a qual acordei hoje, os espaços negros, eram os restícios de uma noite de sobressalto, de muito sono e pouca cama.
Esta manhã foi uma mistura de tudo isso, de cansaço, de angústia, de uma figura altiva que se foi desvanecendo pouco a pouco, sem mais aparecer.
A noite ontem faz-me repetir hoje o que já fiz saber tantas vezes.
É importante não deixar que os outros deixem de pensar que são importantes para nós.
Tudo em nós existe de uma só forma.
Não temos que nos mascarar conforme a festa a que vamos, ou com quem vamos a essa mesma festa. Somos o que somos, não temos que ser mais, nem menos do que nós.
Se não servimos os ensejos de alguém, se apenas somos pouco ou muito para quem nos olhou um dia, nada podemos fazer, não temos que o fazer.
Na realidade a vida não é um jogo em que driblamos a vida de quem conosco, pensamos nós, começámos a jogar um dia.
Perdemos sempre.
Neste último dia do ano: Xeque-Mate.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Quando...

Falámos demais... ousámos permitir que as palavras se transformassem numa balança desequilibrada de um sentimento cheio de tudo para dar.
Falámos de momentos, de sentidos e sentimentos, mas nunca saímos de nós.
Guardámos demais... tanto, que nos chegámos a despir com aquelas mesmas frases que nos fizeram um dia dizer adeus.
Nunca pedi nada, nunca me pediste nada, só por isso fomos e somos felizes.
Estás longe, e eu estou longe, continuamos a acreditar que existimos como um ser só... cada um de nós á sua maneira... somente isso.
Quando falámos de nós, acabámos sempre por falar de mais alguém, nunca estivémos verdadeiramente sós...
É o timbre desafinado da história de uma vida pautada pelo quando.