terça-feira, dezembro 05, 2006

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O silêncio consome-nos, mesmo que provocado pela incerteza do que se vai escrevendo, quando o que se faz, não é o que se sente, mas o que se pensa e o que se perde entre os nossos actos nunca omissos e sempre esclarecidos.
Falamos das sombras que nos ocultam a alma, mesmo que lá no fundo soframos como ninguém sofre, tudo se constrói e tudo se destrói, nada é, como dantes era, quando o tempo insiste em passar mesmo que de uma forma lenta, mas que passa, como ninguém passa, só ele mesmo, com a marca tão própria que nos faz sentir desprezados em dias corridos de tarefas inócuas que deixam de fazer sentido quando fechamos os olhos e nos despedimos do hoje, para conhecer o amanhã, com mais ou menos vontade, mas arriscamos em gostar mais do dia que aí vem do que aquele que deixámos partir.
A efemeridade do tempo só resiste à profunda certeza de um toque que se quer eterno, e que nos ajuda a superar a maior das distâncias e nos afoga na mais profunda das recordações a que chamamos saudade.